<
—acabei de mandar um cachorro quente formidabilíssimo, nussa
—eu tb acabei de comer. Mas foi um McDonalds não tão formidável assim. Tem cachorro quente a essa hora em Goiania?
—tu sempre nessa de achar que eu moro no mato, né.
—pra mim Goiânia é mato, sim. com todo o relativo respeito.
—haha vsf. claro que tem. Tem um aqui perto do condomínio onde eu moro.
—tu vai la de carro e fica lendo Nabokov.
—basicamente, sim. q q tem?
—nada, so achei a cena engraçada. os cara devem te achar esquisitaço.
—Na real eles me acham playboy, né.
—Haha, você é playboy?
—Não por querer, digamos, mas sim. Meu carro é bem caro, algumas das minhas roupas também. Os cara ali do cachorro quente com certeza me acham playboy pra caralho.
—De um jeito ruim, você quer dizer?
—Ah, eu acho ruim, mas no fundo não importa muito. São só imagens que tão tagueadas em volta de mim, não sei direito como geral as toma, mas eu não tenho tanto controle.
—boto fe.
—e vc.
—eu o q
—vc é playboy?
—eu sou um nerd gordinho. Ou enfim, ‘sou percebido no mundo exterior das gentes e empresas como um nerd gordinho’.
—bt fe. É seu avatar principal, né. Tenho mts amigos nerds gordinhos. Quase todos ótimos.
—dentre as varias denominações ali disponíveis na realidade, não acho das piores.
—nerds gordinhos são afáveis, pelo menos.
—somos mesmo, quando não esquisitos demais.
—Eu tenho um amigo, o Rivaldo
—hm
—que alias é desmedidamente contente com a equivalência do seu nome com a do jogador, pelo menos uma vez por mês o bicho bêbado precisa falar de como o Rivaldo é o verdadeiro herói do penta, e o craque mais subvalorizado, etc)
—haha bt fé.
—o bicho é gordinho e tímido, e bastante muito mauricinho-coxinha, tal. e ele parece odiar ser assim. e com força. Parece pedir desculpa por existir, assim, sempre.
—haha, como assim?
—pra qualquer garçom, mendigo, pessoa na rua qualquer, o bicho interage como se pedisse desculpas por sua existência, sempre com uma contrição no rosto que não faz nenhum sentido e que as pessoas nem chegam a entender.
—acho que tou ligado do tipo.
—pois então.
—eu tento não ser o Rivaldo. Tento ser foca tranqs a respeito da minha pessoitude no mundo.
—claro.
Os dois ficam algus minutos sem digitar nada, até que Fábio aparece com um link.
—bicho c ja viu isso aqui? AssuncaodeRenato.tumblr.com
—gaaah, tu também curte esse trem ! !
-haha, sim : x c já conhece, então.
—sim! : V demais da conta. esse link eu li semana passada.
—Descobri primeiro aquela comunidade do orkut, depois que fui ver que tinha altos blogs, tumblr, n sei o q. cê sabe quem faz?
—sei não. nem lembro como descobri
Quantos anos tinha que Murilo acompanhava aquele negócio? Ele era horrível com datas, mas sabia que tinha posts de 2008 que ele tinha lido assim que foram postados. Mas quem tinha mostrado pra ele? Lembra que era bem novo quando descobriu, e que ficou fascinado, lendo com um tipo de assombro que hoje ele já não consegue dedicar a quase nada.
—acho que tu é só a terceira ou quarta pessoa que eu conheço que tá ligado desse negócio.
—É? Po, eu só tenho um amigo que conhece, o Gominho. Ele que me mostrou a comunidade uns meses atrás.
—Eu gostava mais, mas sei lá, deu uma canseira. Tanto tempo arrastando a trama sem resolver, só fica adicionado camadas e ficando mais maluco.
—haha real, mas eu meio que gosto disso, o absurdo rocambolesco do negócio, sabe.. <3 CABOL
—essa história do jogo lá eu já acho chatinha, hoje em dia. gostava quando era mais novo. acho que é porque não mexo com esses jogos tem tempo. meu computador só comporta coisa velha.
—ah mas não tava falando do jogo-jogo. Eu chamo a historia toda de Cabol.
—ah boto fé
—e tu chama de que
— acho que eu nunca chamei de nada. Chamo de trem.
—haha saquei. tinha tempo que não aparecia nada, né? achei até que tinha parado de rolar coisas novas.
—pois é.
—Esse link tava num comentário naquele último post, você também achou assim?
—não, um amigo que acompanha me mandou. Ele me mostrou esse aí e ainda um outro negócio mais novo, quer ver.
—oxe, manda aí
>